quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A importância dos oceanos.


A Importância dos Oceanos
As águas oceânicas ocupam 71% da superfície da Terra, o que significa que desempenham um papel extremamente importante na regulação da vida do planeta.
As interações entre o oceano e a atmosfera condicionam o clima mundial. Não só pela distribuição de calor no globo, através das correntes marinhas, como também pela sua importância no ciclo da água, pois no oceano existe 97% de toda a água. 

Neste ciclo contínuo, pode-se inferir que uma gota de água permanece, em média, 9 dias numa nuvem, 2 horas num rio e 5000 anos no oceano antes de se evaporar novamente.
Por outro lado, o oceano é fundamental para o equilíbrio ecológico do planeta, pois cerca de 70% do oxigénio libertado para a atmosfera é produzido pelo fitoplâncton durante o processo fotossintético. 

Recursos mineraisDo fundo do mar são extraídos minerais, como o magnésio que é utilizado em ligas metálicas, especialmente com o alumínio. 
O bromo é utilizado na indústria alimentar, farmacêutica e fotográfica. 
O sal de cozinha (cloreto de sódio) é o mineral mais importante obtido directamente a partir da água do mar. 

Fonte de energiaA energia da água do mar é aproveitada de diversos modos. Em alguns locais, a força das marés é convertida em energia eléctrica. 
Noutros, a água fria é utilizada para arrefecer as turbinas de centrais térmicas:
- No túnel que atravessa o Canal da Mancha a temperatura dos carris tende a aumentar, devido ao atrito provocado pela passagem do comboio. A fim de evitar possíveis incêndios, um complexo sistema de arrefecimento com água do mar mantém a temperatura dentro dos níveis de segurança.

Recursos vivosAnualmente, cerca de 100 milhões de toneladas de pescado, são a principal fonte de proteína para 2.000 milhões de pessoas. 
Muitas algas e animais marinhos são utilizados para os mais variados fins. As algas são utilizadas na indústria do papel, fotográfica, alimentar, farmacêutica e vinícola. Da carapaça dos crustáceos retira-se quitina, que é utilizada no tratamento de queimaduras e reconstrução de vasos sanguíneos.
Do peixe retiram-se diversos compostos, com múltiplas aplicações desde a pintura, lubrificantes e indústria da borracha. 
Das esponjas retiram-se substâncias que são empregues no fabrico de fármacos para combater doenças, como o cancro e a SIDA.
 Referências: Oceanário

Destino: água.

Para saber valorizar algo é necessário que este algo faça parte da nossa vida, de maneira natural e proveitosa. Ao conhecer e vislumbrar as belezas da natureza se torna muito mais fácil para a criança entender o valor dos recursos naturais e muito mais fácil desta criança sentir vontade de manter aquele recurso. Viajar é uma opção bem acertada, principalmente quando bem orientada. Mas sabemos que é uma opção para poucos, sendo que destes poucos ainda parte são aqueles que ainda não compreendem que quando se sai de casa só se levam as fotos e as lembranças e só se deixam as pegadas.

Passear

Os estados físicos da matéria

Há muitas discussões sobre quantos estados da matéria existem, porém as versões mais populares atualmente são de que a matéria somente tem três estados: sólido, líquido e gasoso. Mas há também outros que, ou são intermediários ou pouco conhecidos. Por exemplo: os vapores,3 que nada mais são uma passagem do estado líquido para o gasoso na mesma fase em que o gás, porém quando está em estado gasoso, não há mais possibilidade de voltar diretamente ao estado líquido; já quando em forma de vapor, pode ir ao estado líquido, desde que exista as trocas de energia necessárias para tal fato.2 Por isto que diz comumente "vapor d´água".

Se colocarmos os estados físicos da matéria em ordem crescente, conforme a quantidade de energia que cada um possui, teremos:

Plasma é o estado em que a maioria da matéria se encontra no universo. Sabe-se que qualquer substância pode existir em três estados: sólido, líquido e gasoso, cujo exemplo clássico é a água que pode ser gelo, água em estado líquido e vapor de água. Todavia há pouquíssimas substâncias que se encontram nestes estados, que se consideram indiscutíveis a difundidos, mesmo tomando o Universo no seu conjunto. É pouco provável que superem o que em química se considera como restos infinitamente pequenos. Toda a substância restante do universo subsiste no estado denominado plasma.4
No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macroscópica e as posições relativas das suas partículas. É particularmente estudado nas áreas daestática e da dinâmica.
No estado líquido, o corpo mantém a sua quantidade de matéria e aproximadamente o seu volume. A forma e posição relativa das suas partículas é variável. É particularmente estudado nas áreas da hidrostática e da hidrodinâmica.
No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo variar amplamente a forma e o volume. É particularmente estudado nas áreas da aerostática e da aerodinâmica.
condensado de bose-einstein possui características, de ambos, estado sólido e estado líquido, como supercondutividade e super-fluidez, porém, é encontrado em temperaturas extremamente baixas (próximas ao zero absoluto), o que faz com que suas moléculas entrem em colapso. É particularmente estudado na área da mecânica quântica.
condensado fermiônico é uma coleção de milhares de partículas ultrafrias ocupando um único estado quântico, ou seja, todos os átomos se comportam como um único e gigantesco átomo.
Superfluido de Polaritons é um superfluido que é capaz de levar energia de um lugar para outro utilizando-se de um feixe de luz, também pode gerar raios laser potentes com baixo consumo e fazer transporte de bits em meio sólido.

A água

A água é um elemento composto por dois átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), formando a molécula de H2O. É uma das substâncias mais abundantes em nosso planeta e pode ser encontrada em três estados físicos: sólido (geleiras), líquido (oceanos e rios), e gasoso (vapor d’água na atmosfera).

Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. No entanto, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas superficiais para as atividades humanas. A água está distribuída da seguinte forma no planeta Terra:

- 97,5% da disponibilidade da água do mundo estão nos oceanos, ou seja, água salgada.
- 2,5% de água doce e está distribuída da seguinte forma:
- 29,7% aquíferos;
- 68,9% calotas polares;
- 0,5% rios e lagos;
- 0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor d’água etc.).

O Dia Mundial da Água foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, sendo comemorado no dia 22 de março.

A água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. Aproximadamente 80% de nosso organismo é composto por água. Boa parte dos pesquisadores concorda que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde, é considerada o solvente universal, auxilia na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.) e proteção do organismo contra o envelhecimento.

Porém, está havendo um grande desperdício desse recurso natural, além de seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69% da água potável é destinada para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano.
A poluição hídrica é outro fator agravante, os rios são poluídos por esgotos domésticos, efluentes industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros elementos que alteram as propriedades físico-químicas da água.

Ciclo da água

O ciclo da água, também conhecido como ciclo hidrológico, consiste no processo dinâmico de diferentes estágios da água. Para melhor compreensão deste ciclo podemos iniciar sua explicação através da evaporação da água dos oceanos. O vapor resultante das águas oceânicas é transportado pelo movimento das massas de ar. Sob determinadas condições, o vapor é condensado, formando as nuvens, que por sua vez podem resultar em precipitação. A precipitação pode ocorrer em forma de chuva, neve ou granizo. A maior parte fica temporariamente retida no solo, próxima de onde caiu, e finalmente retorna à atmosfera por evaporação e transpiração das plantas. Uma parte da água resultante, escoa sobre a superfície do solo ou através do solo para os rios, enquanto que a outra parte infiltra profundamente no solo e vai abastecer o lençol freático.

Água no Brasil

O Brasil é um país privilegiado com relação à disponibilidade de água, detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas). Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o território, proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água potável em alguns lugares. A água doce disponível em território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país.

Outro fator agravante é a ausência de saneamento básico nas residências da população brasileira. Atualmente, 55% da população não tem água tratada nem saneamento básico. Políticas públicas devem ser desenvolvidas para reverter esse quadro. Pesquisas indicam que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o governo deixa de gastar R$ 5,00 em serviços de saúde, ou seja, são investimentos que proporcionam qualidade de vida para a população e economia aos cofres públicos em curto prazo.

Possíveis atitudes para reduzir o desperdício de água:

- Aproveitar as águas da chuva, armazenado-as de maneira correta;

- Fechar a torneira enquanto escova os dentes;

- Reaproveitar o papel. Isso é muito importante, pois para produzir papel gasta-se muitos litros de água;

- Acabar com o pinga-pinga da torneira. Uma torneira gotejando, gasta, em média, 46 litros de água por dia;

- Reduzir o consumo doméstico de água potável;

- Não contaminar os cursos d’água;

- Agir como consumidores conscientes e exigir que as empresas produzam detergentes e produtos de limpeza que diminuam a poluição do meio ambiente (biodegradáveis);

- Evitar o desperdício, cuidando dos vazamentos de água, e não lavar as calçadas utilizando água potável;

- Ao tomar banho, devemos desligar o chuveiro ao ensaboar, pois uma ducha chega a gastar mais de 16 litros de água por minuto.

Todas essas mudanças de hábitos são pequenas, no entanto, geram grandes diferenças. Faça você a sua parte, contribua para a preservação do bem mais valioso da Terra.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Disponível em : http://www.brasilescola.com/geografia/agua.htm

A relação d'água e a energia elétrica :)


Para as crianças


O site da Sabesp disponibiliza jogos educativos sobre água e meio ambiente.
Jogos Sabesp
Patrulha Gota d'água.

Acompanhe ao nível d'água:

No próprio site da Sabesp é possível acompanhar o nível de água "disponível" para "uso".
SABESP

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Somos melhores juntos...dizem...

"O mundo deles é quadrado, eles moram em casas que parecem caixas, trabalham dentro de outras caixas, e para irem de uma caixa à outra, entram em caixas que andam. Eles vêem tudo separado, porque são o Povo das Caixas...." (frase de um pajé do povo Kaingang, recolhida por Lúcia Fernanda Kaingang)


"É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve." (Victor Hugo)

De fome ou de sede....

Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome. (Mahatma Gandhi)

Desperdício.

Falar da falta de água ou do (des)compromisso do outro é muito mais simples que a ação. Agir custa caro, custa algo precioso, o tempo, o ego, a informação e o conhecimento... Tempo e conhecimentos estão escassos, o ego aumentado para que não possamos nos dar conta do caos que vivemos ( e se vivemos olhando para nós não conseguimos olhar para o outro, pois se o olharmos nos veremos ou veremos aquele que nos oprimi...precisamos assistir para não ver). Informação temos...temos?

Não acreditar não é a solução...

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância" (Gandhi)

Interpretação texto para os pequenos...


Tudo sob controle...

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância" (Gandhi)

Dinheiro ou Valores?

"Eu também quero a volta à natureza. Mas essa volta não significa ir para trás, e sim para a frente."
(Friedrich Nietzsche)

A falta d’água ou a falta de informação: quem mata mais?


cantareira8

O Datafolha fez uma pesquisa que revela que dois em cada três eleitores acreditam na veracidade das denúncias sobre corrupção na Petrobras. Tem mais: 66% deles acham que Dilma Rousseff tem culpa no cartório. Mais: a pesquisa mostra também que 80% dos brasileiros têm conhecimento das denúncias de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa.
O Datafolha perguntou ainda até que ponto as denúncias sobre a Petrobras poderiam interferir no voto: 49% responderam que sim e 43% disseram que não.
E assim se explica boa parte dos votos em Aécio Neves: informação (verdadeira ou não) viralizada, repetidamente veiculada, martelada na cabeça do leitor/telespectador.
Pergunta simples: por que o risco de falta d’água ficou de fora da cobertura midiática durante todos esses anos? Quem sabia, além dos acionistas, claro, que desde 2012 isso já era um fato previsto pela Sabesp? Por que a população foi mantida à margem seca dessa situação?
A grande mídia coloca agora, só agora, o tema em pauta, responsabilizando muito mais o calor do que a inconsequente condução do governo paulista e também para se eximir de culpa. Futuramente dirá que mostrou o problema, sim (claro, assim como diz que fez a cobertura pelas Diretas omitindo a informação de que só entrou depois que um milhão de pessoas já estavam nas ruas).
Fazer essa cobertura agora é própria do cinismo desses grandes veículos, que colaboram com os poderosos de plantão e depois que a bomba estoura correm para tirar o glúteo da seringa. No mais, agora Alckmin já está reeleito.
Dessa forma, endossados pelo voto popular, Sabesp e seu patrono-mor manobram à vontade, desrespeitando a decisão judicial de não avançar sobre a segunda cota do “volume morto” de uma das represas do Cantareira. Isso foi constatado na medição feita pela ANA (Agência Nacional de Águas) na represa Atibainha. O nível do sistema Cantareira estava ontem em assustadores 4,3%. Repetindo: a Sabesp está descumprindo ordem judicial.
Mas se está faltando àgua, que é um recurso indispensável para a sobrevivência humana, por que não se pode retirar a água que lá está? Pode, desde que a Sabesp assuma que estamos em crise e ateste que seja impossível abastecer a região metropolitana sem avançar sobre a cota. Isso é o que diz, e pede, a decisão judicial.
Em tradução livre: “Quer pegar sua última reserva? Ok, apenas me comprove que já gastou todos os seus recursos e que havia tomado todas as precauções prévias”, simples não? Mas a Sabesp continua sem admitir isso. Seria assumir sua má gestão e sua visão de lucro. Vendeu sem se preocupar com a reposição do estoque (relatório da própria empresa em 2011 já afirmava isso), não orientou a população, e deu no que deu. Agora a presidente Dilma (a da Sabesp, Pena) está nas cordas e começa a fraquejar as pernas mas ainda não admite que esteja ocorrendo racionamento (até onde vai isso?), culpa o calor e troca cochichos dizendo que a CPI é só um teatrinho.
Água não é Coca-Cola, não pode ser tratada dessa maneira. Daí o porque nem tudo poder ficar nas mãos da iniciativa privada. Foi administrada como produto comercial e a crise ocultada por interesse eleitoral, tudo com anuência e colaboração de boa parte dos veículos de comunicação. Estes, se não detinham a informação desde o início, ignoraram que no ano passado a situação já piscava a luz amarela e era alardeada por sites como o DCM. Mas a crise permaneceu fora das manchetes. Por quê?
Essa postura da grande e velha mídia é asquerosa. Alguém consegue imaginar o tamanho da gritaria se um helicóptero com 500 quilos de cocaína fosse de um petista? Ou se o cartel de propinas engendrado no metrô de São Paulo ocorresse em gestões petistas? Ou se jornalistas presos e perseguidos fossem presos e perseguidos por políticos do PT? E o tamanho do escândalo se tivesse construído um aeroporto particular com verbas públicas na fazenda da família?
Não, não sou militante da estrela vermelha, leitor, nem digo que os desvios da Petrobras sejam fábula da oposição. Mas fico indignado com o desequilíbrio na cobertura jornalística. Ele é de má-fé, tendencioso, interesseiro, desonesto.
A crise hídrica desde 2012 vinha sendo mantida debaixo do tapete e agora estamos à beira da calamidade. Quem vai pagar por isso?
Mas vamos ao que interessa: se apenas a grande mídia não noticiou acerca do grave risco que corríamos, quem é mesmo o desinformado que não sabe votar?

Leia a matéria e descubra os mitos sobre a falta d'água.

Mitos sobre a falta d’água, por Gabriel Kogan

Jornal GGN – O Governo de São Paulo continua a jogar com a população, evitando falar em racionamento e colocando a culpa do problema de abastecimento na falta de chuva. O período de estiagem está sendo mais duro porque não foram tomadas medidas para minimizar seus impactos. Apostou-se tudo na fartura, mas o que veio foi a escassez.
por Gabriel Kogan
Via Facebook
Gostaria de desmistificar alguns pontos sobre a crise hídrica em SP, assunto que tangencia minhas pesquisas acadêmicas.

1- “Não choveu e por isso está faltando água”. Essa conclusão é cientificamente problemática. Existem períodos chuvosos e de estiagem, descritos estatisticamente. É natural que isso ocorra. A base de dados de São Paulo possibilita análises precisas desde o século XIX e projeções anteriores a partir de cálculos matemáticos. Um sistema de abastecimento eficiente precisa ser projetado seguindo essas previsões (ex: estiagens que ocorram a cada cem anos).

2- “É por causa do aquecimento global”. Existem poucos estudos verdadeiramente confiáveis em São Paulo. De qualquer forma, o problema aqui parece ser de escala de grandeza. A não ser que estejamos realmente vivendo uma catástrofe global repentina (que não parece ser o caso esse ano), a mudança nos padrões de chuva não atingem porcentagens tão grandes capazes de secar vários reservatórios de um ano para o outro. Mais estudadas são as mudanças climáticas locais por causa de ocupação urbana desordenada. Isso é concreto e pode trazer mudanças radicais. Aqui o problema é outro: as represas do sistema Cantareira estão longe demais do núcleo urbano adensado de SP para sentir efeitos como de ilha de calor. A escala do território é muito maior.

3- “Não choveu nas Represas”. Isso é uma simplificação grosseira. O volume do reservatório depende de vários fluxos, incluindo a chuva sobre o espelho d’água das represas. A chuva em regiões de cabeceira, por exemplo, pode recarregar o lençol freático e assim aumentar o volume de água dos rios. O processo é muito mais complexo.

4- “As próximas chuvas farão que o sistema volte ao normal”. Isso já é mais difícil de prever, mas tudo indica que a recuperação pode levar décadas. Como sabemos, quando o fundo do lago fica exposto (e seco), ele se torna permeável. Assim a água que voltar atingir esses lugares percola (infiltra) para o lençol freático, antes de criar uma camada impermeável. Se eu fosse usar minha intuição e conhecimento, diria que São Paulo tem duas opções a curto-médio prazo: (a) usar fontes alternativas de abastecimento antes que possa voltar a contar com as represas; (b) ter uma redução drástica em sua economia para que haja diminuição de consumo (há relação direta entre movimento econômico e consumo de água).

5- “Não existe outras fontes de abastecimento que não as represas atuais”. Essa afirmação é duplamente mentirosa. Primeiro porque sempre se pode construir represas em lugares mais e mais distantes (sobretudo em um país com esse recurso abundante como o Brasil) e transportar a água por bombeamento. O problema parece ser de ordem econômica já como o custo da água bombeada de longe sairia muito caro. Outra mentira é que não podemos usar água subterrânea. Não consigo entender o impedimento técnico disso. O Estado de São Paulo tem ampla reserva de água subterrânea (como o chamado aquífero Guarani), de onde é possível tirar água, sobretudo em momentos de crise. Novamente, o problema é custo de trazer essa água de longe que afetaria os lucros da Sabesp.

6- “O aquífero Guaraní é um reservatório subterrâneo”. A ideia de que o aquífero é um bolsão d’água, como um vazio preenchido pelo líquido, é ridiculamente equivocada. Não existe bolsão, em nenhum lugar no mundo. O aquífero é simplesmente água subterrânea diluída no solo. O aquífero Guaraní, nem é mesmo um só, mas descontínuo. Como uma camada profunda do lençol freático. Em todo caso, países como a Holanda acham o uso dessas águas tão bom que parte da produção superficial (reservatórios etc) é reinserida no solo e retirada novamente (!). Isso porque as propriedades químicas do líquido são, potencialmente, excelentes.

7- “Precisamos economizar água”. Outra simplificação. Os grandes consumidores (indústrias ou grandes estabelecimentos, por exemplo) e a perda de água por falta de manutenção do sistema representam os maiores gastos. Infelizmente os números oficiais parecem camuflados. A seguinte conta nunca fecha: consumo total = esgoto total + perda + água gasta em irrigação. Estima-se que as perdas estejam entre 30% e 40%. Ou seja, essa quantidade vaza na tubulação antes de atingir os consumidores. Água tratada e perdida. Para usar novamente o exemplo Holandês (que estudei), lá essas perdas são virtualmente 0%. Os índices elevados não são normais e são resultados de décadas de maximização de lucros da Sabesp ao custo de uma manutenção precária da rede.

8- “Não há racionamento”. O governo está fazendo a mídia e a população de boba. Em lugares pobres o racionamento já acontece há meses, dia sim, dia não (ou mesmo todo dia). É interessante notar que, historicamente, as populações pobres são as que sempre sentem mais esses efeitos (cito, por exemplo, as constantes interrupções no fornecimento de água no começo do século XX nos bairros operários das várzeas, como o Pari). A história se repete.

9- “É necessário implantar o racionamento”. Essa afirmação é bem perigosa porque coloca vidas em risco. Já como praticamente todas as construções na cidade têm grandes caixas d’água, o racionamento apenas ataca o problema das perdas da rede (vazamentos). É tudo que a Sabesp quer: em momentos de crise fazer racionamento e reduzir as perdas; sem diminuição de consumo, sem aumentar o controle de vazamentos. O custo disso? A saúde pública. A mesma trinca por onde a água vaza, se não houver pressão dentro do cano, se transformará em um ponto de entrada de poluentes do lençol freático nojento da cidade. Estaremos bebendo, sem saber água poluída, porque a poluição entrou pela rede urbana. Por isso que agências de saúde internacionais exigem pressão mínima dentro dos canos de abastecimento.

10- “Precisamos confiar na Sabesp nesse momento”. A Sabesp é gerida para maximizar lucros dos acionistas. Não está preocupada, em essência, em entregar um serviço de qualidade (exemplos são vários: a negligência no saneamento que polui o Rio Tietê, o uso de tecnologia obsoleta de tratamento de água com doses cavalares de cloro e, além, da crise no abastecimento decorrente dos pequenos investimentos no aumento do sistema de captação). A Sabesp é apenas herdeira de um sistema que já teve várias outras concessionárias: Cantareira Águas e Esgotos, RAE, SAEC etc. A empresa tem hoje uma concessão de abastecimento e saneamento. Acredito que é o momento de discutir a cassação dessa outorga, uma vez que as obrigações não foram cumpridas. Além, é claro, de uma nova administração no Governo do Estado, ao menos preocupada em entregar serviços público e não lucros para meia dúzia apenas.

Enfim, se eu pudesse resumir minhas conclusões: a crise no abastecimento não é natural, mas sim resultado de uma gestão voltada para a maximização de lucros da concessionária e de um Governo incompetente. Simples assim, ou talvez, infelizmente, nem tanto.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Sozinha vendo a água fluir me sinto melhor...mas e se não fluir?

Para finalizar as postagens de hoje, uma matéria recente. Como estamos hoje em relação à água?

Os avisos...


Esta matéria é de 2010, claro que antes já tínhamos avisos MAS ATÉ QUANDO SEREMOS ALERTADOS? Se não houver mudanças nas ações as reações já são previstas há muito tempo.....

AMEAÇA DE ESCASSEZ

Água: se não cuidar, pode acabar

Ao contrário do que parece, a água é um recurso natural esgotável. Estudos sobre o sistema hídrico mundial são unânimes em indicar que, se a média de consumo global não diminuir no curto prazo, teremos problemas de escassez. O Brasil, que tem uma parcela significativa de água doce, também está ameaçado

Meio ambiente em questão!

Mais uma vez uma matéria do site brasil das águas, para deixar os nossos visitantes instigados a visitar o site e se aprofundar dentro do tema. São questões polêmicas e interessantes. Esperamos que gostem.

DICAS AMBIENTAIS

ANIMAÇÕES DIDÁTICAS


O site brasil das águas, já citado por nós. Tem esta interessante proposta de animações didáticas. Vídeos autoexplicativos. Uma ferramenta extremamente rica para ser usada em sala de aula, um recurso a mais para fazer os nossos alunos dominarem o tema da água.

Essencial, cadê a água?

É essencial trabalhar com as crianças, desde de os mais pequeninos, a importância de preservar os recursos naturais e de fazer uso consciente de tudo o que nos é oferecido.... o ciclo existe, o que interfere, ou quem interfere, neste ciclo que nos faça temer a falta de água?

















Se não houver consciência e consumo consciente iremos ao encontro de um mundo que escorre por entre os nossos dedos, que se esgota...

Que faremos se por acaso a última gota nós acabarmos por presenciar?

A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA